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domingo, 9 de janeiro de 2011

MINHAS MÃES E MEU PAI (THE KIDS ARE ALL RIGHT)

Quando duas mulheres estão casadas e precisam ter filhos, elas recorrem a um banco de sêmen!É bem esse o início de “Minhas mães e meu pai”, a história de um casal de mulheres Nic(Annette Bening) e Jules (Julianne Moore), que por inseminação resolve ter duas crianças, cada uma delas gerada por uma das mães, quando a filha mais velha (Joni), uma garota tímida e inocente para a sua idade, está prestesa completar 18 anos, pressionada pelo irmão mais novo (Laser), um rapaz sensível, que as mães acreditam ser gay, resolve entrar em contato com a clínica responsável pela doação, a fim de tentar encontrar o suposto pai. Paul (Mark Ruffalo) é um homem esquisito, adepto de alimentos orgânicos e leva uma vida ecologicamente correta, ele é o pai biológico dos garotos, e acaba por receber bem essa mudança que transforma sua pacata vida, o problema é que a partir daí muitos laços começam a serabalados, e à medida que ele tenta uma aproximação com os filhos, tensões vão ficando cada vez mais fortes, e um envolvimento amoroso com uma das mulheres, pode colocar tudo por água abaixo. Resta saber agora se essa diferente e especial família resistira às investidas dos tradicionais conceitos do mundo a sua volta.

Filmes independentes com temáticas GLBT não é mais novidade hoje em dia, a cada ano mais filmes que abordam alguma possível brecha, dentro da delicada relação entre pessoas do mesmo sexo chegam às telas de cinema, resta saber então, o que é valido, e o que deve ser premiado. Se tratando de “Minhas mães e meu pai”o gancho é excelente, realmente é um grande problema para estes casais a maternidade, visto que muitas vezes devem recorrer a terceiros, e como diz aquele velho ditado “dois é bom, três é demais”, o filme não faz questão em levantar bandeiras ou questionar a opção sexual de nenhum dos personagem, a história é centralizada em um problema meio Heterossexual, hipocrisia e controle, as mães criam uma família perfeita e com muitas regras, mas, elas próprias caem em suas proibições, e o Pai está ali digamos para “tentar” expor o que estiver escondido, seja a insegurança da chefe de família, ou a carência que a outra esposa sente. O que poderia ser cômico se torna uma história densa, com bons personagens e excelentes interpretações, só uma observação, talvez o ator que interpreta Paul, esteja apenas fazendo seu papel, mas, se aquilo era encenação, nossa! Foi horrível.Fora isto o filme é alternativo, tendendo a ser comercial, e trabalha bem os dois lados da moeda.    


Temos mais um filme diferenciado concorrendo ao Oscar 2011, este ano a academia resolveu surpreender. Filmes que seriam sucesso em festivais e não passariam disso, foram muito além e chegaram até o tapete vermelho, com o drama da diretora Lisa Cholodenko ("Laurel Canyon -A Rua das Tentações"), está acontecendo isso, o filme está ai para causar barulho, para os mais conservadores, é um chute no... deixa pra lá! Para aqueles que entendem a sensibilidade da sétima arte é um prato cheio, e para os ativistas que levantam tal bandeira, é um orgasmo! Acredito que o filme tenha mais chances de levar o prêmio na categoria melhor atriz, para Annette Bening, no demais é importante estar lá, pois retrata, apesar de não trazer manifestações politicas, de qualquer forma, uma minoria da população, que há tempos anseia ser ouvida e por que não? Vista! "Minhas Mães e meu Pai" ganhou o prêmio Teddy, no Festival de Berlim, em fevereiro - uma estatueta conferida ao melhor longa de temática gay.O filme foi indicado aos prêmios “IndependentSpiritAwards” (prêmio mais importante dado a um filme independente) e “Globo de Ouro” onde, Annette Bening venceu na categoria melhor atriz de comédia ou musical.

FICHA TÉCNICA
Direção: Lisa Cholodenko
Elenco: Annnette Bening, Julianne Moore e Mark Ruffalo.
Duração: 1 Hora e 46 Minutos


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