O vencedor narra a história de Micky Ward um lutador de box que vem colecionando fracassos em sua carreira, o rapaz é treinado pelo irmão Dicky, um ex lutador que passa a maior parte do tempo se gabando de seus feitos do passado, mas que na verdade é atualmente um grande fracassado, viciado em crack e outras drogas, vive aprontando e deixando Micky em maus lençóis. Para completar sua empresária é nada menos que sua excêntrica mãe, que explora o rapaz e sempre fica do lado do outro filho. A relação do lutador com a família fica abalada quando Micky conhece Charlene, a rebarbada namorada vive entrando em conflito com eles, dizendo a Micky que a família dele é cheia de déspotas e abusadores, e que ele só conseguirá ser um grande astro da luta quando se desvencilhar deles e ir em busca de um empresário de verdade, confiando nas ideias de Charlene, Micky vai em busca do sucesso, as coisas começam a dar certo, mas, conseguirá o vencedor viver afastado das pessoas que ele sempre amou? Essa é a grande pergunta do filme.
Este filme tem um roteiro legal, simples, nada muito sofisticado, mas, sustenta a trama do começo ao fim, isso eu acho importante em um filme, muitos filmes começam cheios de história e com o passar do tempo vão definhando, outros são monótonos e deixam toda emoção para o final, curto quando aparece um filme que mantém um nível durante toda a trama, isso mostra maturidade, mesmo sem muita ousadia, e o vencedor faz isso muito bem. Já falei várias vezes o que faz de um filme ser o meu preferido ou simplesmente ser considerado por mim um bom filme, é quando ele desperta em mim alguma emoção, esse filme me deixou irado, tem muita injustiça familiar, e não gosto disso! Falta de compreensão e egoísmo, sempre visando o lado do mais fraco, quando na verdade o mais fraco não é tão fraco é apenas desequilibrado e doente, sempre deixando de canto o mocinho que só queria agradar a todos.
Um dos indicados a melhor filme deste ano tem poucas chances de levar a estatueta, não é indispensável, o que o faz cair para uma das últimas posições, minha grande aposta nesse filme é os prêmios de ator e atriz coadjuvante que não seriam nada maus se fossem dados aos atores Melissa Leo e Christian Bale que fazem os papeis de mãe e irmão de Micky respectivamente. Fora isto, acho que o prêmio maior deste filme que é um vencedor, pois, o diretor levou anos para conseguir financiamento, já que ninguém acreditava que essa história valeria uma produção cinematográfica é o de ser indicado ao Oscar.
FICHA TÉCNICA
Direção: David O. Russel
Elenco:Mark Wahlberg, Christian Bale e Melissa Leo
A franquia Toy Store chega ao seu terceiro episódio, dessa vez, os brinquedos vão enfrentar o maior desafio de suas existências, terão que se separar do seu dono “Andy”, o garoto cresceu, e agora, está prestes a ir para a faculdade, um dilema assola os brinquedos, se renderem a tentação de procurar um novo dono, para assim, cumprirem seu propósito de brincar ou irem direto para o Sóton, para ficarem guardados! Enquanto eles tomam essa decisão, algo sai errado e o saco onde “Andy” os guardou vai direto para o lixo. A partir daí começa uma aventura, aonde os brinquedos acabam parando em uma creche que a primeira vista parece o sonho de qualquer um! Local cheio de cores, outros brinquedos e o melhor... Muitas crianças! Só que o paraíso na verdade, é uma prisão! controlada por um brinquedo maluco, que foi rejeitado pelo seu dono, assim como o local, o ursinho parece uma fofura, com cheiro de morango Silvestre, e uma agradável mania de abraçar os convidados. É claro que o leal Woody não descansará enquanto não voltar para o seu dono, e junto com todos os seus amigos, mesmo que a volta imponha uma ida para o Sóton! Para chegar ate seu destino o destemido Cowboy e os inseparáveis brinquedos irão viver uma grande aventura, acredite! Você não conseguirá desgrudar da cadeira, até ver Woody, buzz e todos os seus amigos em total segurança.
Sinto-me meio velho para assistir animações (é uma grande besteira, eu sei!), mas quando as assisto, sempre tento me colocar na mente de uma criança, tipo, eu tenho uma “maturidade” para entender certos sentimentos de “adultos” que esses filmes tentam passar. Com Toy Store 3 não foi diferente! Meu pensamento era, se as crianças que assistem isso, conseguirem entender um 1/3 do que está sendo passado aqui, nossa! Psicólogos, psiquiatras e psicanalistas do futuro... Bye, bye! Não vou economizar elogios, todos sabem o grande negócio que foi para a Disney adquirir os estúdios “PixarAnimationStudios” um gás depois de anos sem produzir algo relevante (o último foi o premiado “O Rei Leão”) desde o primeiro Toy Store em 1995, o sucesso dessa franquia é quase inigualável, e sua última produção passa uma mensagem de companheirismo, amizade, lealdade, valor no que se tem e não nas aparências que impressionam. Além de tudo os diálogos são fantásticos, o projeto artístico de deixar qualquer um maravilhado, e a dança espanhola do buzz? Simplesmente um clássico do cinema moderno! A trilha sonora passa muito dessa mensagem, as letras são carregadas de exaltação a amizade, é um filme terno, sem lascívia ou mensagens dúbias, flerta com a humanidade e mostra algo fundamental no ser humano, representado pelos brinquedos, todos querem se sentir importantes e úteis, muitos acreditam que cada pessoa nasce com um propósito, e esse filme personifica isso em cada um deles.
Toy Store 3 repete a trajetória de seu antecessor “Up: Altas aventuras” indicado ao Oscar de Melhor Filme e também de Melhor animação, impressiona em seu roteiro, a coisa é tão humana e tão bem trabalhada que o limite entre o real e o imaginário se encontra apenas e literalmente nos desenhos. Com certeza é um filme! Como muitos de carne e osso não o são, merece ocupar a posição de indicado ao prêmio máximo do cinema, é carregado de lições, tem muito o que passar as pessoas e principalmente as nossas crianças. Olha, se eu tivesse um filho, com certeza, ele assistiria a esse filme!
FICHA TÉCNICA
Direção: Lee Unkrich
Elenco: Tom Hanks (Woody), Tim allen (Buzz) e Joan Cusack (Jessie)
Quando duas mulheres estão casadas e precisam ter filhos, elas recorrem a um banco de sêmen!É bem esse o início de “Minhas mães e meu pai”, a história de um casal de mulheres Nic(Annette Bening) e Jules (Julianne Moore), que por inseminação resolve ter duas crianças, cada uma delas gerada por uma das mães, quando a filha mais velha (Joni), uma garota tímida e inocente para a sua idade, está prestesa completar 18 anos, pressionada pelo irmão mais novo (Laser), um rapaz sensível, que as mães acreditam ser gay, resolve entrar em contato com a clínica responsável pela doação, a fim de tentar encontrar o suposto pai. Paul (Mark Ruffalo) é um homem esquisito, adepto de alimentos orgânicos e leva uma vida ecologicamente correta, ele é o pai biológico dos garotos, e acaba por receber bem essa mudança que transforma sua pacata vida, o problema é que a partir daí muitos laços começam a serabalados, e à medida que ele tenta uma aproximação com os filhos, tensões vão ficando cada vez mais fortes, e um envolvimento amoroso com uma das mulheres, pode colocar tudo por água abaixo. Resta saber agora se essa diferente e especial família resistira às investidas dos tradicionais conceitos do mundo a sua volta.
Filmes independentes com temáticas GLBT não é mais novidade hoje em dia, a cada ano mais filmes que abordam alguma possível brecha, dentro da delicada relação entre pessoas do mesmo sexo chegam às telas de cinema, resta saber então, o que é valido, e o que deve ser premiado. Se tratando de “Minhas mães e meu pai”o gancho é excelente, realmente é um grande problema para estes casais a maternidade, visto que muitas vezes devem recorrer a terceiros, e como diz aquele velho ditado “dois é bom, três é demais”, o filme não faz questão em levantar bandeiras ou questionar a opção sexual de nenhum dos personagem, a história é centralizada em um problema meio Heterossexual, hipocrisia e controle, as mães criam uma família perfeita e com muitas regras, mas, elas próprias caem em suas proibições, e o Pai está ali digamos para “tentar” expor o que estiver escondido, seja a insegurança da chefe de família, ou a carência que a outra esposa sente. O que poderia ser cômico se torna uma história densa, com bons personagens e excelentes interpretações, só uma observação, talvez o ator que interpreta Paul, esteja apenas fazendo seu papel, mas, se aquilo era encenação, nossa! Foi horrível.Fora isto o filme é alternativo, tendendo a ser comercial, e trabalha bem os dois lados da moeda.
Temos mais um filme diferenciado concorrendo ao Oscar 2011, este ano a academia resolveu surpreender. Filmes que seriam sucesso em festivais e não passariam disso, foram muito além e chegaram até o tapete vermelho, com o drama da diretora Lisa Cholodenko ("Laurel Canyon -A Rua das Tentações"), está acontecendo isso, o filme está ai para causar barulho, para os mais conservadores, é um chute no... deixa pra lá! Para aqueles que entendem a sensibilidade da sétima arte é um prato cheio, e para os ativistas que levantam tal bandeira, é um orgasmo! Acredito que o filme tenha mais chances de levar o prêmio na categoria melhor atriz, para Annette Bening, no demais é importante estar lá, pois retrata, apesar de não trazer manifestações politicas, de qualquer forma, uma minoria da população, que há tempos anseia ser ouvida e por que não? Vista! "Minhas Mães e meu Pai" ganhou o prêmio Teddy, no Festival de Berlim, em fevereiro - uma estatueta conferida ao melhor longa de temática gay.O filme foi indicado aos prêmios “IndependentSpiritAwards” (prêmio mais importante dado a um filme independente) e “Globo de Ouro” onde, Annette Bening venceu na categoria melhor atriz de comédia ou musical.
FICHA TÉCNICA
Direção: Lisa Cholodenko
Elenco: Annnette Bening, Julianne Moore e Mark Ruffalo.
Aron Ralstoné um engenheiro, do tipo autossuficiente, que prefere as longas caminhadas e aventuras no Grand Canyon, apassar alguns momentos com sua família, a história do filme começa com ele se preparando para um desses fins de semana, de muito alpinismo e profunda solidão, mas, dessa vez alguma coisa sai errado, e Aron vai viver a pior e mais significativa experiência de sua vida. Antes de tudo acontecer, o rapaz ainda conhece Kristi e Megan, duas amigas, que também estão se aventurando por aquele lugar, os três juntos vão viver alguns momentos de diversão, porém, o extinto do rapaz fala mais alto, e logo ele se despede das garotas e volta a seguir a sua trilha. Uma pedra no meio do caminho faz com que ele derrape e fique com a mão presa,sem ninguém por perto para ajudar, ele em vão começa uma desesperada corrida contra o tempo para deixar aquele lugar, tendo como maior inimiga, a sua própria mente! Antes que seus suprimentos de comida e bebida se esgotem, ele deve tomar uma decisão para escapar, que será no mínimo dolorosa.
“127 Horas” é o que se dispõe a ser, uma narrativa da agonia de um homem em sair de uma situação limite, como o próprio diretor Danny Boyle disse, seria muito difícil fazer dessa história um bom filme, se ele mesmo não tivesse alcançado enorme sucesso e prestígio depois de dirigir o fundamental “Quem quer ser um milionário?”. A lição do filme é simples, dê valor àquilo que você tem em abundância! Para o personagem, tudo era muito descartado, seja a água que ele deixa desperdiçando antes de sair para a aventura, que no decorrer da história, será uma grande vilã para sua sobrevivência, ou seja, pelo amor da mãe, que insistentemente liga para ele, mesmo estando a um passo do telefone, não se importa e deixa cair na secretária eletrônica. Apesar de me sensibilizar e admirar o ato de bravura e coragem do personagem da história (“127 Horas” é baseado em fatos reais), ainda assim não consigo ver dessa história, um filme! Admiro muito a forma como o diretor conduziu as imagens, não há sensacionalismo, e as noticias de que tem gente por aí desmaiando ao ver o filme, francamente! A experiência foi monótona, não entrei na ideia do diretor, que tem a intenção de levar o público a pensar formas de ajudar Aron, confesso que estava mais preocupado em ver ele logo saindo dali, vivo ou morto.
Azarão ou boa direção? Bem, chegar a final do Oscar é sempre digno de elogios, mais uma vez Danny Boyle está aqui, depois do estrondoso sucesso de seu último “longa”, ele vem com algo bem diferente daquilo que o consagrou, chega a ser mais alternativo, uma sensibilização mais refinada e menos popular. James Franco concorrendo como melhor ator, pode ter como maior premiação aquela que já ganhou: apresentar o prêmio! É um bom ator, convence e diverte mais quando é cômico e irônico, do que na hora de dramatizar. Como melhor filme, não é um dos principais concorrentes, pode surpreender claro! Mas, não creio que vá superar produções bem mais preferidas. Algumas curiosidades sobre a história: (Aviso! Contém spoiles!)Primeiro filme dirigido por Danny Boyle (Trainspotting) após o Oscar vencido por 'Quem Quer Ser um Milionário?' (2008); Na vida real Aron levou 44 minutos para cortar o braço;Boyle trabalhou com a mesma equipe de 'Quem Quer Ser um Milionário?'. Christian Colson produz, enquanto Simon Beaufoy fica responsável pelo roteiro; James Franco foi escolhido para o papel devido a sua capacidade em ser dramático e ao mesmo tempo ser um palhaço e brincar (eu discordo!); O alpinista ficou preso 127 Horas.
“O discurso do Rei” narra à ascensão de George VI ao trono Inglês, pai da Rainha Elizabeth II, Bertie, como era chamado pelos familiares, tinha um sério problema, que o impedia de exercer seus compromissos reais, ele era gago! Inúmeros foram os médicos que tentaram curar a gagueira de George VI, mas foi com a ousadia de sua esposa, ao contratar um fonoaudiólogo, digamos, peculiar, que se deu início o tratamento que faria de George VI o símbolo da resistência nacional no período da II Guerra mundial. Lionel, clinicava, ajudando pessoas, como métodos nada ortodoxos, a perderem o medo de se expressarem, o doutor, termo que ele não aceita ser chamado, por razões que ficam óbvias no filme, prefere trabalhar com o psicológico, acreditando que a gagueira de seus pacientes é muito mais de ordem sentimental, do que mecânica, dessa forma, vai derrubando resistências da própria família real, principalmente aquelas que tem haver com a ordem “nunca falamos de nossa vida pessoal”. O filme é dividido basicamente em duas partes, primeiro vemos o drama do príncipe David, herdeiro direto ao trono, que é apaixonado por uma mulher, divorciada de dois maridos, como a igreja inglesa não reconhece o divorcio, e o Rei é chefe da igreja na Inglaterra, ele tinha duas opções não casar ou abdicar do trono, a última foi escolhida, e então, bem a segunda parte, a história geral conta.
Aos olhos relapsos, “O discurso do Rei” pode ser considerado um bom contador de história, assim como seu concorrente “A rede social”, mas engana-se quem sustenta essa ideia, o filme é muito mais que isso, tratou-se aqui de superação, de persistência, de vitórias sobre o medo e a condição imposta, nesse caso a de ser gago. O trabalho técnico do filme é sublime, com toda franqueza, poderia passar horas aqui recitando adjetivos que conheço e outros mais encontrados em algum dicionário online, para tentar definir o quanto é inspiradora está história em todos os seus meandros, outro ponto que preciso destacar e que para mim é fundamental, e acho magnífico nesse filme é a fotografia, não a grandes externas, mas, as cenas em estúdio são um presente a parte, cada quadro ou cortada, são maravilhosos! As cores que se contrapõe no cenário, a parede do consultório de Lionel, putz, eu quero uma daquela no meu quarto! Um filme de grande sucesso é aquele que meche com as emoções e sensações do espectador, quem observa tem que se sentir vivo, tem que desejar ou repudiar o que está vendo, quando isso acontece o filme pode e deve ser considerado fundamental, e esse com toda certeza tem que ser assistido.
Nada mais que merecedor, “O discurso do Rei” chega ao Oscar 2011 como o favorito em quase todas as categorias disputadas (são 12 no total), o filme é consistente, bem produzido e é britânico, feito bem longe dos holofotes de Hollywood, sem contar que, o grande ator Colin Firth da vida ao Rei George VI, por falar nisso ele é de longe o favorito a levar a estatueta esse ano, segundo o ator, este personagem foi o mais difícil de sua carreira, nós podemos afirmar que foi a sua melhor atuação até aqui! O filme nesta caminhada ao prêmio mais importante do cinema, já está colecionando títulos de várias outras organizações, foi aclamado pelos sindicatos dos produtores, diretores e recentemente o dos atores de Hollywood (sindicato que detêm o maior número de membros na academia), que como já sabemos, são os verdadeiros “aquecimento Oscar”, por isso se você tiver que apostar em um bolão, uma das melhores opções é está aqui, lembram-se do Ranking que eu falei em outro post? Pois é, se ele existe, “O discurso do Rei” ocupa a primeira posição!
FICHA TÉCNICA
Direção: Tom Hooper
Elenco: Colin Firth, Geoffrey rush e Helena Bonhan Carter.
A história de “Inverno da Alma” se passa nas montanhas de Ozarks, no Gélido Estado do Missouri, sul dos Estados Unidos, e conta a história de Ree Dolly, uma garota de 17 anos, que desde a prisão do pai, um narcotraficante local, é a responsável por cuidar dos dois irmãos mais novos e da mãe adoentada, beirando o estado vegetativo, a trama do filme começa quando a garota é informada que o pai saiu da cadeia em condicional, e precisa apresentar-se ao tribunal Dalíhá alguns dias, caso contrario, a fiança paga por um fiador será cobrada, o problema, é que Jessup (Pai de Ree) colocou como garantia a propriedade da família e caso ele realmente não apareça, tudo que resta para Ree e seus irmãos será tomado. A garota começa então uma busca pelo Pai desaparecido, só que à medida que ela vai remexendo a história, vai descobrindo fatos bem mais complexos, pessoas supostamente envolvidas não vão gostando nada disso, e começam a se colocar no caminho da determinada e corajosa garota, a comunidade local partilha de um mesmo parentesco, e possuem seu próprio código de conduta, por isso tudo, Ree acaba durante a história infringindo o silêncio e a acomodação convencionada por aqueles habitantes, o filme é um suspense, a busca de uma jovem por seu pai, não buscando afeto ou respostas, mas, sendo movida por um instinto de sobrevivência, para não perder o pouco que lhe resta.
Baseado no livro de mesmo nome, do autor Daniel Woodrell,inédito no país, o filme oscila entre o alternativo e o comercial, para ser sincero, é uma história sem muitas emoções, existe um tema central, e tudo gira em torno dele, não há densidade alguma nos personagens, desconfio que não haja densidade nem mesmo na personagem principal, o que mais parece, é que, Ree foi construída apenas para viver aquela história, depois daquilo vira fumaça. O filme é classificado como um suspense noir, e a fotografia ajuda muito nisso, acho que é tudo o que o filme tem a oferecer, uma boa fotografia, um retrato superficial, que tentou ser realista, das comunidades que ocupam aquela região norte americana, para entender melhor a história e sentir que ela tem algum valor, sugiro que você assista o filme mais de uma vez, o final fica sem muitas explicações, dificilmente esse filme chegaria ao Brasil se não fosse tão indicado a prêmios, foi ovacionado no festival de Berlin e Sundance, por tanto sustenta a teoria de muitos críticos, é um filme de festivais, não mais que isso, a diretora DebraGranikestava bastante preocupada em fazer um retrato realista da história, tanto, que em muitos momentos o filme se confunde com um documentário da vida de família Dolly, o que o distancia ainda mais do circuito comercial.
Jennifer Lawrence tinha apenas 17 anos quando as gravações foram rodadas, e junto com Josh Brolin (TrueGrit) são as mais novas atrizes a disputarem a estatueta nesta 83° edição, o que vai servir de uma belíssima experiência, acredito que sem muitas surpresas, a interpretação da atriz é boa, forçada em alguns pontos, muito machuda (me permitam usar esse termo), mas já vimos piores sendo concorrentes, na verdade um filme independente e alternativo como esse já está no lucro, só mesmo de aparecer no telão, a final com um orçamento tão baixo, foram U$ 2 milhões,baixo até mesmo para filmes da mesma categoria, como "Preciosa" (U$ 10 milhões) e "Guerra ao Terror" (U$ 11 milhões). Mas a grande surpresa ficou por conta da indicação de ator coadjuvante para John Hawkes, ele não chama muita atenção durante o filme, não sabemos se a indicação foi para encher linguiça ou mesmo por reconhecimento do trabalho, resta só esperar para ver se o favoritismo de outros prevalece ou não sobre esta zebra. O filme também foi indicado na categoria roteiro adaptado.
FICHA TÉCNICA
Direção: DebraGranik
Elenco: Jennifer Lawrence, John Hawkes e Kevin Breznahan.
Mattie Ross é uma jovem garota de 14 anos que saiu de sua cidade disposta a vingar a morte do seu pai, antes disso ela necessita resolver alguns problemas legais, como até mesmo despachar o corpo do pai de volta pra casa, nada disso parece abalar a moça, pelo contrário, ela tem ainda mais certeza que deve achar Tom Chaney o assassino do pai e matá-lo sem direito a julgamento algum, apenas informando-lhe o motivo da morte, para isso ela vai pedir a ajuda de um dos melhores Marshall do faroeste, o indisciplinado Reuben Cogburn, um sujeito brutamontes de difícil convivência e cheio de manias estranhas, nada disso parece ser obstáculo para a determinada garota que o contrata para o serviço depois de o homem relutar bastante, só há um problema, não haverá acordo se ela não for junto, o que contraria Cogburn, por fim ele cede e a caçada dar-se início, além dos dois aventureiros um “Ranger Texas” conhecido como Senhor Le Bouf os acompanhará, com interesses um tanto diversos, para o Senhor Le Bouf o criminoso deve ser preso e julgado, o que não é do interesse da Jovem Mattie. Quanto mais eles adentram o estado, se deparam com perigos e mistérios, as amizades vão se estreitando e as diferenças irão dificultar o sucesso da missão, só com a grande força de vontade de Mattie Ross é que as montanhas vão sendo atravessadas e a chance de capturar Tom Chaney vão se tornando reais.
“Bravura Indômita” inspirado na novela de Charles Portis é uma refilmagem de um clássico dos anos 70 cuja atuação brilhante de Jhon Wayne fez do filme uma obra fundamental, esse remake estava fadado ao fracasso, pois existe uma lenda em Hollywood, quem melhor interpreta Jhon Wayne, é o próprio Jhon Wayne, Mas, Jeff Bridges provou o contrário, sua interpretação não só convenceu, como deixou a refilmagem tão boa quanto o original. A temática do filme é bem clara, coragem! Isso é o que está estampado no rosto da garota, uma exacerbação do espirito feminista, a jovenzinha é bastante espirituosa, e chega em alguns momentos irritar com tanta auto confiança, que nós sabemos, é fora do comum, para uma menina de 14 anos e ainda mais no século XIX. A sempre uma áurea religiosa, meio hipócrita rondando o filme, seja pela música de clara motivação cristã, seja pelo versículo bíblico que abre o filme, ou até mesmo por algumas falas carregadas de conteúdo moral proferidas por Mattie, outro problema do filme, é o limitado repertório musical, acho que durante o filme todo, apenas uma música é tocada, e o pior de tudo, tocada várias vezes! A história do filme é bastante simplória, não há surpresas, aquilo que está obvio de acontecer, realmente acontece!
O filme é dirigido pelos tão atualmente comentados irmãos Coen (Joel e Ethan), pode ser considerado uma zebra na premiação do Oscar, dificilmente irá levar algo a mais do que as indicações que recebeu para o prêmio, temos que reverenciar a indicação do vencedor do Oscar 2010 Jeff Bridges que abrilhantou as filmagens, interpretação impecável, tem grandes chances de levar a estatueta por dois anos consecutivos, outra vitória do filme foi a indicação a melhor atriz de Josh Brolin, a jovenzinha realmente se destacou. Matt Damon é coadjuvante, ainda assim é sempre Matt Damon, ele enriquece muito a história, com sua técnica, realmente é um ator completo. Pessoalmente falando, não é um dos meus preferidos, posso ser suspeito, já que temáticas faroeste são para mim enfadonhas, mas, de todos os indicados, se houvesse um ranking, estaria em último lugar.
Inspirado no livro de grande sucesso “Bilionários por acaso” lançado em 2010 o filme “A rede social” de David Fincher conta a história de Mark Zuckerberg um estudante “nerd” de Harvard obcecado por computadores, que após um termino de namoro regado a ofensas, resolve bloggar sobre sua vida sentimental e sobre sua antiga namorada, tudo isso, entre um gole de cerveja e outro, resolve também invadir os sistemas de dados de várias universidades americanas, roubar fotos, e montar um site, onde as pessoas poderiam votar na universitária mais sexy. A brincadeira foi um enorme sucesso e na mesma noite derrubou o sistema de Harvard, o que chamou a atenção de muita gente para o garoto, que recebeu uma proposta de outros alunos, a de montar um site de relacionamento em que as pessoas poderiam conhecer novas pessoas, e o melhor, encontrar amigos já conhecidos no mundo real, nascia assim a ideia do Facebook, que na concepção dos idealistas chamaria “HarvardConnection”. Muitos acusam Mark Zuckerberg de plagiar a ideia, e vários processos, alguns mostrados no filme, correm com acusações contra o rapaz, o fato é que, o Facebook, alcançou uma marca recorde de um bilhão de usuários em todo o mundo, e no período antes do lançamento do filme, já valia 25 bilhões de dólares, e tudo isso sem nenhuma propaganda publicitária.
Pode se dizer por ai o quanto “A rede social” é um filme tedioso, e chato! Algumas pessoas após vê-lo têm reações diferentes, tem gente que ama o filme, ama a atuação de Jesse Eisenberg, e outros que pulam na mesa dizendo, não! Esse filme é uma droga, o fato é que como diz uma amiga, é uma história bem contada, nada mais que isso! Vou então me arriscar um pouco... É uma história bem contada sobre a solidão, muitos podem pensar que é sobre o egoísmo, mas na verdade, é sobre a solidão, que gerou uma espécie de autossuficiência, é o que acontece com o personagem, ele sempre se entendeu muito bem consigo mesmo, e as pessoas não conseguem invadir a sua bolha, e quando conseguem, acabam perdidas por lá, justamente porque ele não corresponde à altura daquilo que se espera. Este rapaz (o criador do Facebook) inaugurou uma nova forma de se ver a indústria, no filme se percebe o desinteresse pelo dinheiro e o interesse maior de ser aceito, e de ter uma vida, é por isso talvez, que ele é capaz de deixar de lado a amizade de Eduardo Saverin, mais envolvido com as finanças do negocio, e se encantar pelo incerto e libidinoso Sean Parker, o porquê disso? Sean lhe prometeu o mundo!
Coincidentemente com o dono do Facebook, que é o bilionário mais novo da história, Jesse Eisenberg pode se tornar o mais novo ator a ganhar a estatueta do Oscar, seu nome está lá, isso é inegável, porém, para colocar a mão no douradinho, vão ser preciso ainda muitas braçadas, concorrentes de peso, estão no páreo, e não deixarão a briga nada fácil para o rapaz, mas, é certo que a indicação já é uma grande surpresa, e o que vier daí é um excelente lucro, o filme “a rede social” surpreendeu muito desde sua indicação ao Globo de Ouro e o melhor de tudo, foi o vencedor na categoria melhor filme de drama, críticas a isso não faltam, incluindo as minhas, é um bom filme, não é eletrizante tipo “Missão impossível” ou “Rambo”, mas tem uma história e conta com uma razoável interpretação de Justin Timberlake, no geral, pode ser visto e comentado, uma biografia inicial de um cara que com certeza é um gênio em nossa geração.
FICHA TÉCNICA
Direção: David Fincher
Elenco: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield e Justin Timberlake.
Prepare-se para mergulhar na mente de NinaSayers, uma dedicada bailarina que busca a perfeição de sua dança, o que parece ser o mais correto em seu trabalho, é visto por seu coreógrafo como uma grave falha, suficientemente grande para lhe tirar o papel principal no próximo espetáculo a ser apresentado pela companhia “O lago dos cisnes”. A garota se vê a todo tempo pressionada pelos que estão a sua volta, mas, o pior de tudo é a pressão exercida em sua própria mente, durante toda a história, ilusão se mistura com realidade, fazendo disso tudo um misto de sensações, na verdade todas as emoções vividas pela personagem são ensaios para o nascimento daquilo que ela realmente precisa ser, o cisne negro! A doçura de Nina é vista em todos os traços do filme, desde o figurino da personagem, ao comportamento sempre ereto e a delicadeza impecável de seus gestos e formas, e o mais legal, isso tudo se contrapõe com a atmosfera fria e densa da metrópole onde se passa o filme.
A atuação de Natalie Portman é um espetáculo a parte, a fantasia que ela cria em torno de si mesma faz com que o espectador se torne criador e criatura da história que se passa diante de sua vista, a todo tempo inúmeras suposições são geradas e derrubadas, a pergunta frequente é: O que pode haver de tão trágico com essa moça, a ponta de ela cometer atos tão violentos em si mesma? A todo tempo a agonia da personagem são paradoxais a busca da perfeição que ela tanto insiste em obter e que deixa o observador a se questionar, vale mesmo a pena? Vale o sacrifício? Vale a omissão de viver? Talvez essas próprias conclusões você deva tirar do filme ao assisti-lo. Outro ponto interessante percebido por mim ao acompanhar o filme, é a tangencia entre o equilíbrio, equilíbrio do corpo, e o da mente, a personagem é a todo o momento, estimulada a se soltar, a ser mais leve, não tão rígida, mais natural, o que ela não consegue fazer, isso parece estar intimamente ligado ao desequilíbrio mental, à rigidez de seus pensamentos e a obsessão pelos seus objetivos perfeccionistas.
Dificilmente um filme com roteiro alternativo chama tanto a atenção da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (no original: Academyof Motion Picture ArtsandSciences – Ampas), depois de ter sido indicado ao Globo de Ouro, o chamado “Aquecimento Oscar” e ter sido dado a Natalie Portman o Prêmio de melhor atriz, “Cisne Negro” chega como o queridinho, não o favorável, mas, o que desperta uma maior atenção populista, tem uma história trágica, muito criticada como “batida”, mas, ainda assim, leve para casa alguma estatueta talvez nunca almejada pelo diretor DarrenAronofsky. O que é certo mesmo é o forte favoritismo de Natalie Portman, a preparação que a atriz fez para interpretar Nina foi impressionante, a ponto de assustar o diretor com sua magreza e obsessão, histórias curiosas como a de que Darren tão preocupado com a perda de peso da atriz, a obrigou comer e mais, encheu seu camarim com vários tipos de comida, para quea atriz não entrasse em um colapso, dedicação assim é admirável e não passa despercebida aos olhos da academia, por isso, boa sorte ao filme!
FICHA TÉCNICA
Direção:Darren Aronofsky
Elenco: Natalie Portman, Vincent Cassel e Winona Ryder