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sábado, 17 de setembro de 2011

Encantados S.A.


E se de repente a sua vizinha misteriosa na verdade for a rainha má de branca de neve? Ou seu professor estranho e peludo for o lobo que aterrorizou os três porquinhos, pois é nesse ritmo que a peça Encantados S.A. vai conduzindo uma trama cômica e envolvente em que os personagens não deixam de cumprir bem o clichê de suas personalidades, mas, também optam por características inofensivas, como se na verdade tudo não passasse de uma grande brincadeira.  Essa é uma peça teatral que aborda o mundo da fantasia de forma que Monteiro Lobato se identificaria, a história em certos pontos lembra o que o autor brasileiro realizou no sítio do Pica Pau Amarelo. Os destaques da peça estão focados em personagens bastante conhecidos do mundo real, as princesas e os príncipes, as bruxas e o lobo, e até o que eles chamam de restos, que seriam seres desprezados, pois não se encaixam em nenhuma das classificações principais, ai estão João e Maria, Chapeuzinho vermelho e até o Patinho feio.

Nóquio é um garoto que vive solitário com o pai Germano, ele sente falta da mãe que misteriosamente partiu e nunca voltou para visitar o filho, ao perceber a solidão do garoto, o pai lhe dá de presente um boneco, que aparentemente não pode ajudar o menino a preencher esse vazio que ele sente, mas, de repente por uma ajuda da fada azul o boneco ganha vida e Nóquio e seu novo amigo começam a investigar os acontecimentos estranhos que rodam sua vizinhança e até mesmo a escola, é dessa forma que os dois vão parar no mundo da fantasia, onde descobrem que os personagens dos contos de fadas existem, e não só isso! Eles montaram uma associação, e vivem no mundo real, disfarçados, tudo isso com o objetivo, de fazer com que os adultos desacreditem da existência real deles, para que, como justifica o líder, não invadam o mundo da fantasia e destruam o que há de bom por lá, é envolvido nessa trama de mistério, comédia e muita conspiração que Nóquio e seu boneco, vão desvendar segredos e aprender lições importantes, e até mesmo conhecer mais de si próprio.

O grupo de teatro universitário da UFPA é quem assina a produção deste espetáculo, que já não é mais nenhuma novidade na cidade. A peça já foi exibida inúmeras vezes, mas, continua fazendo a alegria do público, pois foi isso que aconteceu no dia em que fui ao teatro assisti-la, a casa estava lotada, e o público não se decepcionou, foram quase duas horas de espetáculo, regado a muitos risos, o trabalho dos artistas é sensacional, há inúmeros atores bons, que compõe personagens bem engraçados, o trabalho cenográfico é simples, destaque mesmo para os figurinos bem elaborados e que caracterizam bem cada um dos personagens na peça. Por ser um trabalho longo, as chances de errar também são maiores, a pesar do bom texto e do roteiro bem trabalhado, a peça perde folego pelo meio, deixando o espectador um pouco desconfortável, esperando já a hora do fim, o que claro não chega, o bom é que depois desse momento sem ar a peça volta a ganhar um clímax empolgante e tudo se encaixa novamente, a plateia relaxa e mais risadas surgem.

Para finalizar, muitos segredos são desvendados, uma reviravolta acontece e os clichês dos personagens novamente falam mais alto, mocinhos se dão bem, e vilões nem tanto... Os maiores destaques de atuação dessa peça, e vale aqui ressaltar é os dos personagens do Fado, uma espécie de fada masculina, o ator dá um show e é o responsável pelos grandes momentos da peça, a rainha má de Branca de Neve também é bem interpretada, e a surpresa é a bruxa verde que rouba a cena e termina como um dos melhores personagens de toda a trama, muito boa essa peça, não é a toa que já realizou muitas temporadas, e parece que não vai parar por ai, em breve eles voltam a se apresentar e a gente aqui do blog repassa para vocês, fiquem ligados. 

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