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sábado, 12 de novembro de 2011

O Casaco Encantado

Uma história de aventura misturando elementos conhecidos do imaginário infantil e dos adultos é sempre uma boa receita e dependendo de elementos técnicos e narrativos pode se tornar uma aposta infalível na hora de cativar a plateia, é utilizando-se desses recursos que o espetáculo “O casaco encantado” traz para o cenário teatral de Belém um time mirim de excelentes atores, bons e engraçados diálogos, com um roteiro ainda carente de ser aperfeiçoado, a peça não esmorece em seu decorrer, pelo contrário, arranca risos até dos mais taciturnos . O que pode parecer uma simples estória para distrair crianças evolui para um discreto manifesto sobre a construção da polêmica hidrelétrica de Belo Monte, no espetáculo apelidada carinhosamente de “Belo Monstro”, a mistura de fábula e realidade, trazendo personagens dos contos de fadas para representar os dramas reais que a população paraense vive eleva a importância do trabalho, construído em quase sua totalidade por crianças em cena.

Nos dias atuais o teatro deixou de ser um mero espetáculo em duas dimensões, sobre um tablado ou em rodas de apresentações, esta peça é atual e mexe com recursos midiáticos, sincronizando o ator em cena a frente da plateia e o ator em cenas gravadas em outras locações, sendo exibidas à medida que se fazem necessárias para ajudar na narração do espetáculo. O show a parte fica por conta das interpretações, lindo ver crianças de uma média de idade que não passa os oito anos tão bem articuladas, com postura firme e dispostas a passar sua mensagem com coerência e clareza, bem presente tudo isso neste trabalho, elenco infantil digno de aplausos, destaques para os personagens principais, que seguram e asseguram o sucesso do roteiro durante toda a cerca de uma hora em que a peça é exibida.


Ainda dá tempo de assistir o espetáculo “O casaco encantado” estará em sua última sessão amanhã no Teatro Universitário Cláudio Barradas, com apresentação às 19 horas e o ingresso sai a R$ 10,00 com meia entrada para estudantes. SUPER RECOMENDO! Me arrancou muitos risos, tenho certeza que você também será fisgado pelo talento e encanto que essas crianças possuem. 

sábado, 24 de setembro de 2011

Joss Stone "LP1"

Este não é o primeiro trabalho da carreira de Joss Stone, mas, é o primeiro lançado pelo seu selo o Stone’d Records, depois de sair definitivamente da EMI a gravadora que projetou a cantora, o nome do novo disco é LP1 nada mais adequado para quem nasce de novo, pelo menos é assim que a cantora inglesa da New-Soul caracteriza este novo trabalho e o momento pelo qual esta vivendo em sua carreira.  Segundo a cantora em entrevista para a revista Billboard Brasil o disco foi produzido em apenas uma semana, “foi tudo muito rápido” contou Joss para a revista, ela estava de férias quando recebeu a ligação de um produtor, dizendo que estava com o estúdio disponível por uma semana, e se ela aceitaria em gravar um novo CD naquele espaço de tempo, Joss Stone topou, e acabou de ser lançado o resultado dessa façanha. A cantora brinca neste novo trabalho com vários estilos, sem fugir daquilo que claro é a sua marca o Soul, mas, vemos resquício de Country e ainda tem baladinhas que remetem ao tempo de seus últimos CDs quando a carreira da cantora declinou e a jogou para um escalão SUB da música internacional.


A primeira música do CD é “Newboarn” a letra não foge a regra da maioria das músicas americanas, não faz muito sentido, é boba, mas tem um ritmo muito bom, você ouve, mais pelo sentir, do que pela lógica do que a cantora está falando, muito bem produzida e o refrão é embalante. “Karma” a música seguinte, é uma delícia, uma explosão de talento, dá vontade de se remexer todinho e gritar na cara daquele amor mal resolvido o quanto você é superior e que se dane todo o resto, voz magnifica, aqui vemos a força da voz de Joss Stone, uma das melhores músicas do CD. Em seguida temos “Don't Start Lying To Me Now” tem um ritmo dançante com um refrão pegajoso e agressivo, a voz rouca de Joss Stone deixa o tom da musica ainda mais selvagem, é bem parecida com a segunda música, mas, melodicamente fica bem atrás, ainda é boa, mostra que o trabalho tá vingando. Aqui em “One Last To Know” o clima começa a pesar, Joss já trata do assunto amor de uma forma mais melancólica, na verdade ela está apaixonada, mas não quer estar, é uma crise, a melodia compõe o drama, as oscilações são poucas, a música não exige muito, mas, poderia ter sido melhor. “Drive All Night” é a maior canção do CD, é uma baladinha romântica, que lembra Mariah Carey ou Christina Aguilera em seus tempos de Virgem, essa mudança, deixa preocupado, será que o álbum vai pegar esse ritmo? Pior que a próxima canção corrobora o medo “Cry Myself To Sleep” é outra balada adolescente sem sentido, começasse a querer ouvir novamente a voz irada e a fúria que Joss Stone vinha passando nas primeiras canções.


“Somehow” marca um novo momento no disco, uma respiração, ficamos animados, a música é dançante, é divertida, Joss solta à voz que estava muito presa nos dramas anteriores, mas, “LandLord” estraga tudo depois, a música é chata e deixa tudo um tédio, ae então chega “Boat Yard” e tudo continua do mesmo jeito, o refrão que ainda te deixa contente, mas, é só o refrão. A penúltima música do Álbum é “Take Good Care” por favor alguém corte os meus pulsos com as xícaras que eu vou quebrar! É bem essa a vontade que dar ao ouvir essa canção, muita tristeza, depressão e morte. A saideira, o bis ou o grand finaly, como você quiser chamar é a música “Cuttingthe Breeze” com uma guitarra mais forte e uma historinha legal, a música encerra um trabalho que não é singular ou indispensável, mas, longe de ser ruim, é bom, pena que exagera nas baladinhas e não aproveita tanto a fúria da voz de Joss Stone, que é o máximo! O legal é que a cantora conseguiu se desvencilhar do declive, é claro que ela está longe do sucesso de seus dois primeiros álbuns, mas pelo menos saiu da estrada que a levava ao esquecimento eterno, a volta é difícil, mas, quem sabe com esses novos ambientes, Joss Stone não volte com tudo ao primeiro escalão.

Drop Dead Diva


Se de repente você acordasse no corpo de outra pessoa? Alguém completamente diferente de você? Pois é mais ou menos esse o drama de “Drop Dead Diva”, duas mulheres completamente diferentes, uma modelo em ascensão com um corpo escultural e quase nada na cabeça e uma advogada inteligente e gorda, dois estereótipos e uma grande confusão, é assim que começa a série que conquistou uma legião de fãs na sua primeira temporada, e vem mantendo bons índices de audiência. O que faz de “Drop Dead Diva” uma série recomendada é a abordagem que é feita a respeito do preconceito, mostra que muitas vezes não é o corpo que limita uma pessoa a certas atitudes, logo no inicio as duas personagens são bem diferentes, uma por ser magra e bonita é alegre e vive em um mundo de sonhos, já Jane a “gordinha” acaba por ser muito inteligente, mas, Vive em um tédio sem remédio, totalmente sem estilo ou senso de bom gosto. O que acontece é que quando há a troca de alma, Jane é outra mulher, o corpo não se alterou, mas a personalidade sim, e isso faz toda a diferença, muda a advogada completamente, muitas vezes o peso é completamente irrelevante, e ai você se sente diante de uma mulher de cinquenta e quatro quilos.  

A história da série, talvez não seja a dais mais originais, as duas mulheres, Deb e Jane, acabam morrendo no mesmo dia, só que ao chegarem ao céu, Deb acaba apertando um botão, que é usado para enviar de volta a terra pessoas que ainda não deviam ter morrido, o que acontece dessa trapalhada, é que Deb acaba voltando no corpo de Jane, então a modelo burra tem que assumir o papel da advogada, sua vida e todos os casos mal resolvidos do passado que vão aparecendo ao longo dos capítulos, como se não bastasse, Grayson, os noivo de Deb é advogado, e o mais novo contratado do escritório que Jane trabalha, Debby terá que lidar também com o emocional, pois Grayson vê Jane apenas como uma amiga. Logo na abertura da série nós somos informados que as únicas pessoas que sabem de tudo que está acontecendo são o anjo da guarda de Jane o atrapalhado Freddy e a sua melhor (amiga de Deb) amiga Stacy, uma modelo que não consegue emplacar com seus trabalhos, mas, que vive a vida no melhor estilo “bom humor”. Outros personagens importantes da série são os advogados Kim e Parker que vivem um afair durante a trama, uma história mal resolvida que vai se arrastando ao longo das temporadas. Destaque para a secretária coreana de Jane, a chereteira Terry, que apesar de toda a inconveniência, é um braço direito de Jane, responsável por desvendar os mais complicados nós.

É em um cenário comum para os telespectadores americanos, o escritório de advocacia que a maior parte da trama se desenrola, todo capitulo tem um tema polêmico que é desencadeado de acordo com os casos de clientes que procuram os advogados para que os resolvam, em alguns pontos a série é comum, é comédia, boa para relaxar, o que é bom, pois série é isso! Talvez essa seja a parte do blog em que eu não vou me preocupar tanto em recomendar algo artístico, e sim, uma hora do intervalo, é bem isso que “Drop Dead Diva” é... A Hora do Intervalo! É para você se divertir, dá pra ficar saturado às vezes com algumas repetições, principalmente na segunda temporada, parece que os roteiristas ficaram sem muita inspiração, mas a primeira e a terceira temporada são excelentes, alguns capítulos abordam temas importantes, claro, carregados de senso ético americano, e muitas piadas, não é para ser uma cópia fiel do mundo do Direito, é uma caricatura, que não caminha para o pastelão, é um humor afiado. Se você não quiser muita complexidade, e nem se preocupa com o humor americano estilizado, essa série vai lhe divertir muito, adoro assistir quando o que preciso é só relaxar e me divertir com a gordinha mais linda da TV norte americana, JANE BINGUM.

Xógum: A gloriosa saga do Japão

A cultura japonesa sempre despertou grande interesse no mundo ocidental, seja por causa da sua gastronomia exótica, seus costumes incomuns ou sua religião milenar, todas essas e outras coisas fazem com que qualquer pessoa sinta vontade de desvendar um pouco os segredos e mistérios deste povo, que é responsável por sofisticadas tecnologias, utilizadas hoje no mundo contemporâneo. Por muito tempo a história do Japão ficou isolada das grandes transformações que ocorriam no mundo, detentor de uma forte cultura ancestral, os japonesas não viam motivo algum mudar sua forma de viver, simplesmente com a justificativa de progresso europeu, na verdade o que estava por trás desse progresso, eram as ambições de mercadores capitalistas, que tinham o objetivo de conquistar novas terras, abrir novos mercados nas áreas mais remotas do planeta, é dentro do contexto histórico das grandes navegações, a corrida em busca de um caminho marítimo para as Índias e a contra cultural ocidental impostas pelo Japoneses que a história de “Xógum – A gloriosa saga do Japão” o livro de James Clavell com mais de 5 milhões de Cópias vendidas tem sua  narrativa desenvolvida, quem ler este livro deve estar preparado para não simplesmente ler sobre o Japão medieval, mas, respirar, transpirar e beber da história e da cultura de um pais tão rico e glorioso, que nem as investidas de povos mal intencionados foram capazes de destruir ou anular.

John Blacktorne é um piloto que por motivos de tempo ruim acaba sofrendo um acidente com seu barco e vai parar em uma remota ilha, lá diante de cidadãos que ele nunca tinha visto antes, vai ser aprisionado junto com sua tripulação, vai presenciar os horrores de um povo que não tem medo da morte, pelo contrário, vê nela a libertação de sua alma. Logo de cara se percebe que o Anjim-san, nome dado a Blacktorne pelos nativos, é um homem diferenciado, não é igual aos outros marinheiros, a partir desse entendimento e de uma grande jogada de sorte, o piloto adentra a cultura, conhece pessoas, vira braço direito de um importante conselheiro e acaba claro se apaixonando, um amor proibido, que poderá ser a perdição ou a libertação deste homem. O livro é ambientado no século XV (1600) época das grandes navegações, onde no Japão a organização econômica e social era regida pelo modelo feudal, o grande senhor que regia era chamado de Táicum, mas esse, no inicio do livro já havia falecido, dexou um filho, o herdeiro, que ainda não tinha idade para governar, dessa formar, existia um conselho, composto por importantes senhores, estes eram os responsáveis por legislar, a história gira entorno de conspirações e intrigas, pois um dos senhores, tem a intenção de se Xógum, o que violaria a sucessão do herdeiro, Xógum era um outro cargo de poder da época, que usurpava o trono a quem lhe era de direito e tomava para si todos os poderes.

Fenomenal, é isto que posso dizer desse livro, uma viagem, um mergulho sobre a história de um país tão peculiar, James Clavell brinca com as palavras, o livro possui mais mil páginas e nem parece, parece mais um livro de bolso, irresistível, escrito de uma forma que o leitor pode passear pelas inúmeras informações, não dá para querer conhecer o Japão sem antes ler este livro, cada parte da cultura é memorável, aprender sobre a cerimonia do chá, a importância deste ritual para estabelecer o equilíbrio de cada ser humano, e o que dizer da cerca óctupla? Um espetáculo, uma explicação completa sobre todas as dúvidas que nós ocidentais poderíamos ter sobre como um japonês consegue resistir a costumes tão severos e castigos tão cruéis. Corra e leia “Xógum – a gloriosa saga do Japão” eu duvido se ao terminar de ler você não ficará maravilhado com esse país que é rico e diverso, singular em tantas formas de viver. Até onde a ambição de um homem, a manipulação de um povo, o sacrifício por fé pode levar o ser humano, esse livro mostra alguns limites, será que você não conseguirá se identificar com personagens tão longínquos no tempo e no espaço, eu não acredito.

Soul Kitchen

Que tal um filme para relaxar, cheio de clichês e humor acido? Soul Kitchen contempla todos esses desejos citados agora a pouco, o filme é legalzinho, não tem muita coisa de interessante, além do que a história é completamente batida, como costumo dizer, é o filme que estará na sessão da tarde daqui a cinco anos, quem curte filmes com Ed Murphy e outros desse gênero vai adorar assistir este, dois amigos, um malucão irreverente com um restaurante caindo aos pedaços, e outro que no início mais parece um poderoso gangster, que passa o dia na condicional voltando a noite para dormir na cadeia, essas duas figuras são o ponto central da história, são amigos, na verdade se consideram irmãos, ou são mesmo, isso não fica muito claro na história, o fato é que os dois não tem nada a ver um com o outro, mas, por algum mistério ou pegadinha do destino, acreditam ter uma ligação, um compromisso de proteção um com o outro, mesmo sabendo que isso é a maior roubada. Um cozinheiro é demitido do restaurante de alta gastronomia, por ser incompreendido e se revoltar, o curioso é que o único lugar em que há emprego para esse cozinheiro tão renomado será no restaurante de beira de estrada Soul Kitchen, um lugar undeground em decadência, composto por um público de pessoas obesas e medíocres que adoram comer as frituras e conservas que o dono sabe preparar.


O romance do filme fica por conta de dois casais, a modelo e o dono do restaurante que não se veem pessoalmente, pois ela está trabalhando na China, a única forma que eles tem para se comunicarem é o Skype, o que não dá muito certo por causa da falta de jeito que o cara leva para usar essa tecnologia, logo de início é nítida a vontade da garota de pular fora daquilo que parece uma grande barca furada. Enquanto o primeiro casal está em decadência, vemos que o projeto de gangster se apaixona pela garçonete do restaurante, uma mulher completamente independente, misteriosa e decidida, o cara é tudo que ela não deseja na vida, mas, como estamos falando de ficção, as coincidências no amor, fazem com que eles se aproximem, a cena em que eles percebem que estão apaixonados é uma das mais ridículas que já vi na minha vida, não consigo até agora entender qual era a intenção do diretor naquele momento, era chacota? Acho que sim, pois o filme todo é regular, chegando até em alguns pontos ter um bom humor que justifica o tempo dedicado a ele, agora se você julgar o filme a partir da cena que estou falando, com certeza a frase certa será a mesma que o cara na cadeira atrás de mim no cinema disse “Etah Fuleragem isso!” realmente, a maior fuleragem, cena completamente tosca.

A história do filme então é sobre um cara que quer vender seu restaurante, mesmo o lugar surpreendentemente está fazendo um sucesso com as comidas refinadas do novo cozinheiro, tudo para ir morar com a namorada em Shangai, já que ele não tem para quem de confiança vender, o que ele faz? Deixa tudo na responsabilidade do amigo charlatão, que demora menos de uma semana para perder tudo em um jogo de azar, o cara nem viaja, porque a namorada voltou para o enterro da avó, e outra, já nem quer mais saber dele, tá com um chinês, depois desse pé na bunda ele descobre que perdeu tudo, resta agora começar o clímax do filme, a grande aventura para tirar o restaurante da mão de um pilantra que quer apenas demolir o lugar e vender o terreno para uma construtora, entre trapalhadas e confusões, não é que os caras conseguem? O malucão recupera suas posses, sem não antes da uma passadinha na cadeia, depois de ser solto, começa a mudar de vida, o amigo não teve tanta sorte, acho que isso é a parte interessante, no final ele não deixa a prisão milagrosamente, o romance não continua com a garçonete. O desenrolar de com quem o dono do restaurante vai ficar é também uma grande surpresa.