Brasilidade é o que pode ser encontrado de cara no primeiro filme dirigido por Marcos Paulo “Assalto ao Banco Central”. A trama já se inicia com uma cena de sexo selvagem, entre dois dos bandidos que irão planejar o grande feito, Barão (Milhem Cortaz), e sua companheira Carla (Hermila Guedes). Outros personagens vão aparecendo ao longo do recrutamento, o primeiro deles é Mineiro (Eriberto Leão) e a gangue conta ainda com a participação de Heitor Martinez, Tonico Pereira, Fábio Lago, Gero Camilo entre outros. A história é inspirada no surpreendente assalto ocorrido no Banco Central do Ceará, em agosto de 2005. Mesclando histórias de pura ficção e outras que envolvem os fatos divulgados na imprensa, o filme não apresenta nada de novo em seu conteúdo, pode se dizer que são os fatos transformados em história e posteriormente simbolizados em imagens resta então, saber se o trabalho foi bem feito.
Para os amantes da boa fotografia, o filme não é o que chamamos de “bom trabalho”, nada é muito inspirador visualmente, acaba por se parecer com um seriado de tv, desses que a rede globo tem colocado no ar ultimamente. Interpretação mediana é tudo que se encontra, faltou muito da experiência de grandes diretores, algumas cenas ficaram bastante teatralizadas, com piadas toscas, cortes desnecessários, ângulos incoerentes com a ação, e a ação? Em gente! O filme é chato em alguns momentos, o ritmo é lento e cansativo, as investigações policiais resumidas. E o foco, não se encontra em lugar nenhum, um grande resumão de tudo que acabou não emocionando em nada, no fundo você sai do cinema sem saber de que lado você está, quem realmente tem razão? A policia que é mostrada em suas duas facetas, a boa, justa e honesta, a outra, corrupta, criminosa e assassina ou os bandidos, que nas palavras de um dos personagens, justifica o feito dizendo “Dinheiro honesto, de forma desonesta” e a plateia se enche de risos.
Eriberto Leão sempre confirmando a mítica de “Rostinho bonito” e só! O fato é que o filme é globalesco, cheio de atores que a gente vai ver amanhã na novela, e que sabemos, não tem talento nenhum, isso deixa a estória ainda mais capenga do ponto de vista do que pode ser crível dentro dos acontecimentos, não é um filme para problematizar, é entretenimento, é piada, é besteirol, sem se aproveitar grandes coisas, sem saber até onde houve pesquisa, nada de inovador, sua estreia, foi mais uma entre às milhares que já aconteceram, e ainda vão acontecer. É difícil classificar um filme entre bom ou ruim, pois isso depende da motivação do espectador, se você procura cinema como expressão artística, cinema autoral, aqui você pode classificar esse filme como dispensável, mas, se tudo que você quer é levar a namorada, ou marcar com os amigos alguns minutos de hibernação mental, o filme é uma boa pedida, não se pode dizer que é um filme proibitivo, é elegível, desde que se saiba com que proposito ele será assistido.
Direção: Marcos Paulo
Elenco: Lima Duarte, Giulia Gam e Eriberto Leão
Duração: 111 min
Origem: Nacional (Brasil)